Vida e Morte

Com fatos ocorridos recentemente, tenho refletido bastante sobre o ato de viver e principalmente de morrer. Morrer é a única certeza que realmente se tem na vida, visto que o ciclo natural dos seres vivos é nascer, crescer, se reproduzir e morrer. No entanto, ficam os laços que criamos ao longo desse ciclo, a certeza que por mais que tenha vivido bastante nunca foi suficiente e mais, a esperança que sempre irá pairar para que a vida seja eterna.
Ao acordar em uma manhã geralmente pensamos "mais um dia", porém o correto seria menos um dia já que a cada hora que passa estamos mais próximos do fim. Logo, aquela velha frase surrada entra em ação: 'tenho que curtir a vida enquanto tenho tempo'. Cada um tem sua maneira de "curtir a vida", para mim curtir a vida é ter alguém com quem partilhar, amar e principalmente apoiar. Para meus amigos, curtir a vida é beber, sair para festas e ter um lance a cada noite que passa. Para meus pais, curtir a vida é abraçar cada momento como se fosse o último torcendo apenas para "ver os netos criados". E dentro desses pensamentos, uma atitude errada porém impossível de ser evitada também entra no jogo: julgamentos. A vida é feita com base neles, sejam verdadeiros ou não. Toda atitude será notada, comentada e passada adiante, sem exceções. 
No entanto, ao fim da vida percebe-se que nada o que foi feito teve valor já que em algum momento, todos vamos nos decompor e virar pó. Colocando o ponto de vista religioso de lado, não há um real sentido em estarmos nessa terra. Viver para amar e morrer para fazer quem amamos sofrer. Sofrer porque dentro do complexo sistema humano, o sentimento da esperança nunca acaba, sempre achamos que há um outro caminho para driblar a morte ou que estamos isentos de qualquer tragédia repentina. 
Se pensarmos somente na morte, há quem diga que existe um melhor jeito para morrer. No meu ponto de vista, morrer não é bom. Não respirar nunca mais, não sentir o coração batendo, não poder tocar as pessoas que amamos e dizer o quanto nos importamos.. não consigo ver um lado agradável para isso. Se não há lado bom, não há melhor maneira para morrer. Morrer doente é esperar a cada dia que a doença que você vive te consuma, por outro lado, ao menos há o conforto de não sentir mais dor, agonia e a morte passa a ser quase como um alívio. Morrer de repente é como se não tivesse tido tempo para dizer o último tchau, para ir a última festa, ter escutado a música preferida pela última vez. Não há tempo suficiente para vivermos definitivamente e o último sopro de vida sempre parecerá mais interessante que o vácuo eterno.
Sobreviver é diferente de viver, mas o que faz a vida ter realmente valido a pena apenas quem pode decidir somos nós. Por isso, já que a morte é certa e como diria Mart'nália, devagarinho sua morte vai chegar, viva cada momento como se fosse o último, respire como se não houvesse mais ar, ame intensamente e faça o que tiver vontade afinal, se a vida é só uma não há sentido em perder tempo com algo que não nos faça extremamente bem.