Seja uma mulher que sorri

Acabei de ler um texto que me mandava ser uma mulher que sorria, para que assim, eu seja o desejo de qualquer homem para namorar. Dentre as inúmeras qualidades de uma moça sorridente, as que mais se destacam é a irresponsabilidade e inconsequência que uma mulher que sorri tem, ou seja, uma mulher perfeita para os homens seria uma mulher sem nada na cabeça e muito no corpo. Segundo esse texto, é claro.
Decidi ser uma mulher que sorri e logo me deparei com muitos motivos para não fazê-lo, seja no aspecto físico como mental, nem sempre tudo vai bem para eu poder ser uma mulher que sorri. Mas decidi: Serei uma menina de sorriso aberto. Menina sim, para esquecer-me das derrotas enquanto meu começo de mulher.
Seria eu então, imperfeita aos homens? Acho que sim. Ultimamente meu sorriso é pouco, a cobrança vem antes, o ciúme então nem se fala. Li que o ciúmes tem que ser regular ao meu peso: quanto menor melhor. O que tira do meu namorado todo o direito de reclamar de minhas crises, uma vez que ele diz não gostar que eu fique muito magra. No entanto, quanto à minha imperfeição, há quem discorde. Meu herói é grande prova disso, afinal me atura todo santo dia e não perdeu o pique. Até se acostumou com meus erros "que nunca irão se repetir" e que acabam sempre se repetindo.
Contudo, esse tipo de texto me põe para baixo, afinal, eu não sou uma mulher que sorri. Eu sou uma mulher que chora, que grita, que tem insônia. Não consigo ter o papo leve todo tempo e até mesmo um simples filminho pode acabar em briga. Não, eu não sou uma mulher que sorri. Meu riso as vezes é frouxo, minhas piadas em sua maioria sem graça e então me questiono: o que me faz ser boa? Logo sou respondida pelo teor da pergunta: por ser eu e é isso que basta. Ser eu e mais ninguém, porque não importa se eu sorrio ou se eu choro, se eu consigo manter a minha personalidade quem me ama vai conseguir manter seu amor. Não se encantar por sorrisos afinal, um relacionamento não é feito apenas por momentos bons.
Creio que sou apenas um projeto de mulher, no entanto uma mulher real que chora, sorri e corre atrás da felicidade.

esse não é para você

Hoje tomei uma decisão: faria um texto que não fosse para você. Ou sobre você. Mas cheguei a conclusão que é impossível uma vez que você domina meus pensamentos, é como se eu estivesse mergulhada num mar de você. Tudo é sobre você, para você, por você, por nós.
Soa meloso demais se eu falar pela milésima vez que te amo? Pois é, te amo pela milésima vez e quero te amar por mais mil vezes. A frase ''bebi saudade a semana inteira'' nunca fez tanto sentido pra mim, eu nunca estive com o coração apertado e o choro na garganta por tanto tempo. Volta logo, não quero beber saudade o mês inteiro, na verdade, eu não aguentaria um mês inteiro sem notícias suas. 
Soa exagerado demais se eu falar que vou bater na sua porta a qualquer instante se você não aparecer logo? Que pareça, eu vou bater na sua porta a qualquer instante mesmo. As vezes me sinto meio desesperada, procurando rastros, motivos pra você não estar aqui, pra eu não ter notícias suas ou ao menos, um meio de ter alguma resposta. 
Soa solitário demais eu estar conversando comigo mesma por não conseguir falar com nenhuma outra pessoa que não seja você? Que pareça, sou solitária sem você mesmo, não é novidade. Sempre vivi bem sem contar meus sentimentos e olha só o que você fez comigo, agora estou com vontade de contar minhas tristezas e o quanto você está fazendo falta pra você mesmo. 
Então não me julgue por estar assim, é tudo culpa sua. Você é o grande causador da minha mudança de vinho para água, no sentido literal também e eu me sinto muito feliz assim, apesar de triste quando estou sem você. Esse test drive de ficar sem saber por muito tempo só me fez perceber que você é a melhor parte de mim e sem a melhor parte eu não sou nada. 
Percebi que nada que vem de mim tem como não ser para você, uma vez que vivo por você... 

Vida e Morte

Com fatos ocorridos recentemente, tenho refletido bastante sobre o ato de viver e principalmente de morrer. Morrer é a única certeza que realmente se tem na vida, visto que o ciclo natural dos seres vivos é nascer, crescer, se reproduzir e morrer. No entanto, ficam os laços que criamos ao longo desse ciclo, a certeza que por mais que tenha vivido bastante nunca foi suficiente e mais, a esperança que sempre irá pairar para que a vida seja eterna.
Ao acordar em uma manhã geralmente pensamos "mais um dia", porém o correto seria menos um dia já que a cada hora que passa estamos mais próximos do fim. Logo, aquela velha frase surrada entra em ação: 'tenho que curtir a vida enquanto tenho tempo'. Cada um tem sua maneira de "curtir a vida", para mim curtir a vida é ter alguém com quem partilhar, amar e principalmente apoiar. Para meus amigos, curtir a vida é beber, sair para festas e ter um lance a cada noite que passa. Para meus pais, curtir a vida é abraçar cada momento como se fosse o último torcendo apenas para "ver os netos criados". E dentro desses pensamentos, uma atitude errada porém impossível de ser evitada também entra no jogo: julgamentos. A vida é feita com base neles, sejam verdadeiros ou não. Toda atitude será notada, comentada e passada adiante, sem exceções. 
No entanto, ao fim da vida percebe-se que nada o que foi feito teve valor já que em algum momento, todos vamos nos decompor e virar pó. Colocando o ponto de vista religioso de lado, não há um real sentido em estarmos nessa terra. Viver para amar e morrer para fazer quem amamos sofrer. Sofrer porque dentro do complexo sistema humano, o sentimento da esperança nunca acaba, sempre achamos que há um outro caminho para driblar a morte ou que estamos isentos de qualquer tragédia repentina. 
Se pensarmos somente na morte, há quem diga que existe um melhor jeito para morrer. No meu ponto de vista, morrer não é bom. Não respirar nunca mais, não sentir o coração batendo, não poder tocar as pessoas que amamos e dizer o quanto nos importamos.. não consigo ver um lado agradável para isso. Se não há lado bom, não há melhor maneira para morrer. Morrer doente é esperar a cada dia que a doença que você vive te consuma, por outro lado, ao menos há o conforto de não sentir mais dor, agonia e a morte passa a ser quase como um alívio. Morrer de repente é como se não tivesse tido tempo para dizer o último tchau, para ir a última festa, ter escutado a música preferida pela última vez. Não há tempo suficiente para vivermos definitivamente e o último sopro de vida sempre parecerá mais interessante que o vácuo eterno.
Sobreviver é diferente de viver, mas o que faz a vida ter realmente valido a pena apenas quem pode decidir somos nós. Por isso, já que a morte é certa e como diria Mart'nália, devagarinho sua morte vai chegar, viva cada momento como se fosse o último, respire como se não houvesse mais ar, ame intensamente e faça o que tiver vontade afinal, se a vida é só uma não há sentido em perder tempo com algo que não nos faça extremamente bem.