Platônico (Part VII cap I - Dezoito)

Logo após aquele momento perfeito a realidade caiu sobre meus ombros, onde eu estava com a cabeça? Me afastei rapidamente e sussurrei um pedido de desculpas, saiu tão baixo que ele teve que ler meus lábios para entender o que estava acontecendo. Então ele pegou meu rosto com força e começou a falar
"- Não Luana, não se desculpe por algo maravilhoso. Eu sempre tive medo desse momento pois não sabia se seus sentimentos eram recíprocos, eu sempre estive aqui, acompanhei cada gota que você chorou, aconselhei cada decisão que você tomou e não foi a toa. Eu só queria estar seguro que o amor da minha vida estaria a salvo e perto de mim." Enquanto ele falava isso meu estômago parecia estar preso em uma corda, que era puxada com força para baixo e subia com força ao ser solta. Eu estava sem reação e logo eu, pasmem, fiquei sem resposta. Aquela Luana, que não sabia expor sentimentos, que era durona, só queria por pra fora tudo que sempre sonhou em falar. Fechei meus olhos, contei até três enquanto respirava fundo e comecei a falar, sem olhar o rosto dele:
"- Pietro, você foi o meu primeiro e único amor, eu não consigo imaginar minha vida sem você. Sua presença, mesmo que por amizade durante todos esses anos só alimentava uma ilusão que existia dentro de mim, o simples fato de você respirar faz com que eu tenha vontade de acordar no dia seguinte e.." Fui interrompida com um beijo, mas não foi qualquer beijo.. Foi um beijo demorado, com ternura e paixão, ele me deitou no sofá e veio para cima de mim, a cada toque dele em meu corpo eu sentia o chão ir embora, cada movimento, suspiro, me fazia querer que aquele momento nunca acabasse. Eu me sentia infinita.
Ele me olhou com aqueles olhos verdes, olhou tão fundo que tenho certeza que conseguiu ver por instantes minha alma e me pediu em namoro. Seco e direto. Um "namora comigo?" e nada mais, fui mais direta ainda, apenas disse sim e sorri, eu não sabia ao certo o que eu estava fazendo, mas estava amando aquela situação.
Ao decorrer da noite, sem delongas tivemos nossa primeira noite de amor. Não, não estávamos apressados demais e sim muito atrasados, precisávamos correr atrás desses onze anos perdidos. Ao amanhecer, como de costume minha mãe entrou no meu quarto afinal ela nunca imaginaria nada entre eu e Pietro, no entanto, quando ela abriu a porta teve uma surpresa. Sim, estavamos na mesma cama. Completamente nus. Despertei assustada, envergonhada, não sabia o que fazer. Cutuquei Pietro que sabia menos ainda, minha mãe saiu do quarto e nós nos olhamos por uns cinco minutos tentando entender o que acabara de acontecer naquele momento e principalmente no dia anterior.